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sexta-feira, 24 de junho de 2011

Celebrando o Cristo que se revela no pão



Ontem a Igreja celebrou o dia de Corpus Christi. O nome em latim e a necessidade moderna de, como São Tomé, só acreditar no que se vê, têm feito com que os mais distantes de nossa fé não compreendam o que se celebra e o porquê da celebração. Uma festa para o pãozinho que simboliza Jesus, é o que dizem. Não, caros amigos, Corpus Christi é uma festa para Jesus, que se apresenta no pão.

Talvez a grafia e o jogo de palavras confunda o interlocutor, mas é para justamente acabar com qualquer confusão que existe a catequese. E já que a proposta do blog é também dar idéias para encontros, vou falar da festa utilizando a linguagem do ver-julgar-agir, ok?

(VER) Para compreender o que é a festa do Corpo de Cristo, sugiro partir de dois pontos distintos. 

(1) Pode ser com fotos espalhando no chão da sala imagens dos tapetes confeccionados para o dia da festa ou mostrando um vídeo com a montagem dos tapetes. Enquanto os catequizandos vêem as figuras, procure instigá-los perguntando se eles sabem qual o motivo dos tapetes serem feitos, se eles já viram alguma vez ao vivo a montagem. Continue perguntando se eles já viram filmes de reis e se perceberam que sempre que uma autoridade entra em cena, um tapete é estendido. Para trazer para uma realidade mais atual, pergunte se assistiram a posse da Presidenta e viram o tapete vermelho na rampa do Palácio do Planalto.  O que se desenha nos tapetes? Quais os temas que se trabalha? Nesta ocasião, é interessante relembrar que o tema da campanha da fraternidade costuma aparecer juntamente com os motivos litúrgicos.

(2) Outro ponto de saída para o ver pode ser começar falando da eucaristia. Aqui, seria interessante também levar para sala imagens da eucaristia ou montar um altar e começar falando do assunto, para encerrar com a exposição do Santíssimo (CELEBRAR). De qualquer modo, se escolher este enfoque inicial, trabalhe o que eles entendem por eucaristia. Para eles, o que significa ou o que é a hóstia? O que já ouviram falar? No que acreditam? Quem pode receber? Por que? No momento do VER, o importante é partir do conhecimento individual e de grupo, do que eles já trazem dentro de si sobre o assunto.

(JULGAR)
Aqui, independente do caminho inicial seguido, sugiro a leitura de Mt 26, 17-29, Jo 6,22-71 ou I Cor 11,26-34. Escolha um texto, ou faça um apanhado de passagens. O importante é salientar que a instituição da eucaristia partiu de Cristo, que transformou a Páscoa memorial em uma Páscoa biográfica. A Ceia era metáfora antes de Jesus morrer na cruz, representava a passagem da escravidão do povo de Deus no Egito, para a liberdade. Todavia, com a morte e ressurreição de Jesus, a Ceia deixa de ter um aspecto meramente memorial e passa a ser real, tátil, viva! Eis o corpo de Cristo e não a “representação” dele. Jesus disse “isto é o meu corpo” e não “isto significa, representa, o meu corpo”.

(AGIR) De acordo com a abordagem escolhida para o encontro, o agir transformador se divide:

(1) Vamos transformar a nossa vida em um tapete digno para Jesus passar.
Nesta atividade, sugiro que sejam confeccionados, pelos catequizandos, tapetes tal qual aqueles que são feitos para a passagem do Santíssimo. Dependendo do tempo disponível, do espaço e da quantidade de sujeira que você e seu Pároco estejam dispostos a ver, os tapetes podem ser desenhos em papel pardo, colagens no mesmo tipo de papel ou réplicas menores dos tapetes. A vantagem do papel pardo é a possibilidade de permanência do resultado final adornando a sala. Por outro lado, ter a experiência de fazer o tapete é muito gratificante e transformadora. (dica) Lembre-se de providenciar o material, pedir que eles venham com roupas próprias para sentar no chão e se sujar; preparar uma trilha sonora e, dependendo do número de crianças, separar previamente os grupos. O tema trabalhado pode ser o mesmo escolhido no ano pela Arquidiocese; livre escolha dos catequizandos; os mandamentos; os sacramentos ou aquele que o catequista e a sua criatividade quiserem.

(2) Passa ou repassa eucarístico (com ou sem torta na cara)
Abra seu catecismo no Sacramento da Eucaristia (1322 a 1419) e prepare várias questões sobre o tema. Divida a turma em dois grandes grupos e os posicione em um lado da sala. Explique as regras: cada equipe deve formar uma fileira e o primeiro de cada fila, após ouvir a pergunta, se souber a resposta, deve correr até o outro lado da sala, pegar um objeto (pode ser explodir um balão, pegar um estojo ou até um desenho em forma de hóstia) e responder. Quem acertar ganha um ponto e volta para o final da fila, até que as perguntas terminem. Se optar pela torta na cara, bata chantilly e leve aqueles pratinhos de isopor, que doem menos (dica aprendida com a tia Rê).  (dica) Lembre de levar toalhas de rosto e sabonetes, eles irão precisar!

Finalmente, qualquer que seja a atividade transformadora, sugiro uma leitura final sobre a festa de Corpus Christi, já que a agitação será grande. E esta leitura fará a transição para o CELEBRAR.

(CELEBRAR) Converse com seu Pároco sobre a possibilidade de utilizar os tapetes na Missa ou mesmo na Capela com a exposição do Santíssimo. Se não for possível expô-lo, a presença Dele no Sacrário já é mais do que suficiente para um encerramento emocionado, com uma oração que leve todos a refletir sobre a beleza do Cristo que se faz pão. Sugiro algo de São Pio de Pietralcina ou excertos do livro Jesus, Nosso Amor Eucarístico. Aliás, que tal encerrar o encontro entregando pílulas com trechinhos do livro ou citações de São Pio para eles levarem para ler após a comunhão?

É isso. Espero que tenham gostado das ideias. Misturem os encontros e criem outras possibilidades, adaptem, acrescentem, modifiquem. Usem a criatividade, dom que todo catequista recebe, para contar aos catequizandos sobre o amor escondido no pão, ou seria melhor dizer: o amor revelado no pão? E assim, sigamos semeando o Amor.
Grande abraço, Lucyanna



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