Quaresma - abstinência e jejum de quê, pra quê?

Acabou-se a folia.

É tempo de repensar. A Quaresma chegou e com ela a necessidade de repensarmos a nossa caminhada.

Como anda a fé que nos guia?

A catequese deste período é rica, plena de significado e profunda por definição. Mesmo os catequistas dos pequenos necessitam trabalhar com afinco o tempo Quaresmal, pois o maior acontecimento do Cristianismo se aproxima e as crianças precisam saber disso.

Em breve, ovos de páscoa lotarão as prateleiras dos supermercados, das lojas de departamentos e das padarias! A mídia começará a lembrar que Páscoa é tempo de viajar, de descansar, tempo de comer Columba e de gastar, gastar muito.

A nós, catequistas, reservada está a árdua tarefa de ensinar aos pequenos que Quaresma é tempo de poupar, e não de gastar.

E é pensando nisso que proponho uma reflexão e uma atividade.

Todos os anos, quando trabalhamos a questão da Quaresma em sala, falamos sobre a abstinência de carne (sexta-feira Santa e quarta-feira de cinzas) e o jejum. Neste momento, invariavelmente, propomos que as crianças realizem algum gesto, não é mesmo?

E também de maneira invariável, as crianças escolhem abrir mão de chocolates, doces e refrigerantes. Aliás, sejamos sinceros, mesmo os adultos costumam escolher esse tipo de abstinência.

Pois bem, proponho que este ano os catequistas inovem, sejam arrojados! O que o Senhor quer de nós é que transformemos o mundo e isso só ocorrerá com propósitos maduros.

Por isso, que tal uma abstinência que gere frutos de transformação? Que tal uma caixinha (estilo cofre), confeccionada em sala com as crianças? Cada um leva para a sua casa e, durante a quaresma, TODA A FAMÍLIA deixará de comer a pizza do fim de semana (por exemplo) e colocará o dinheiro dentro da caixa.

Na semana que antecede a Páscoa, esse dinheiro deve ser arrecadado e, com ele, um lanche em um orfanato seria o ápice! E que tal convidar as famílias participantes para se juntarem ao grupo levando, cada uma, um bolo ou um salgado? O dinheiro compraria uma lembrancinha!

Para os mais velhos, jovens da Perseverança e de grupos, uma proposta ainda mais arrojada. Fazer a Páscoa de um asilo (acho relevante levar sempre a juventude a olhar para o futuro! Além do que, os asilos são menos procurados em datas comemorativas). Os jovens, além do dinheiro da abstinência, poderiam ser estimulados a arrecadar produtos de limpeza, jogos de cama e banho e gêneros alimentícios. No dia da celebração da Páscoa, além de levar os donativos, uma linda ideia seria propor uma Missa no local, já que muitos não podem se locomover.

E nós? E nós catequistas? Acredito que também é um desafio pessoal, um exercício interessante de abstinência: buscar durante a quaresma exaltar a obediência pastoral.

Por que toquei neste assunto? Não sei. Em princípio, eu ia propor que os catequistas também fizessem a Páscoa de alguma instituição, mas meu coração foi tocado e por isso trago a proposta da obediência. Quarenta dias sem julgar. Sem julgar o Bispo de nossa Arquidiocese, sem julgar nosso Pároco, sem julgar nosso coordenador, sem julgar nossos companheiros. Vamos tentar?

Abstinência é abrir mão de algo. Que tal fazer com que este “abrir mão” seja mais do que simbólico, seja efetivamente Cristão?!

Sigamos, semeando o amor, Lucyanna.

Para saber mais: http://www.comunidadesdeamor.com/products/o-jejum1/