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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Catequese e Dever de casa


 “___ Ahhh, nem...já não basta a escola, onde entopem a gente de dever de casa, o curso de inglês, onde acham que não temos mais o que fazer, agora a louca da catequista resolveu que temos que fazer trabalhos durante a semana! Sério, eu não vou fazer não. Ridículo isso, gente. Quero só ver se ela vai me reprovar por isso! Vou reclamar com minha mãe e ela vai falar com a coordenadora, com o Padre, com o Bispo e, se nada resolver, ela escreve uma carta pro Papa!”

Dever de casa. Isso mesmo. Catequese combina perfeitamente com dever de casa. Antes que você (como o meu catequizando ai de cima) faça cara feia, peço que leia com carinho as palavras aqui lançadas e aceite o desafio que sugerirei ao final do post. Se mesmo assim você achar que catequese não rima com trabalhos semanais, eu entenderei e acolherei sua opinião com muito amor.

Bem, vou falar do assunto contando uma anedota, como faço todas as noites para o meu pequeno JP dormir.

“Era uma vez...Uma catequista que tinha um novo desafio pela frente: passar um ano com a turminha de catequese, preparando-a para receber a primeira eucaristia no final do período. Nas reuniões com seu parceiro de sala, a catequista percebeu que as informações que deveriam ser passadas eram muitas e, junto com seu amigo, decidiu que utilizaria um método pedagógico muito conhecido: os deveres de casa.

Assim, logo no primeiro dia de encontro, ela foi avisando aos pequeninos que toda semana enviaria um dever de casa e que na semana seguinte olharia todos os cadernos. A confusão, você pode imaginar, foi geral. Muitos reclamaram, outros lamentaram, e todos, sem exceção ficaram de cara fechada.

Conforme prometido, no final da reunião, o primeiro dever de casa foi entregue. E, também de acordo com a promessa, na semana seguinte, todos os cadernos foram recolhidos... bem, todos daqueles que levaram, pois muitos não acreditaram na promessa e nem caderno compraram.

Para estimular as crianças, os catequistas colaram adesivos coloridos em todos os deveres e elegeram o caderno mais bonito da semana, cujo dono recebeu um belo prêmio: chocolate.

Na semana seguinte, com a expectativa de ganhar um prêmio e um lindo adesivo, a maioria das crianças realizou a tarefa. E assim aconteceu que semana após semana o número de catequizandos que entregava o caderno só fazia crescer.

Mas havia um problema. Um rapazinho insistia em não entregar o caderno e os deveres eram devolvidos sujos, rasgados e sem as respostas. Os catequistas se reuniram novamente e resolveram que aquele jovem merecia atenção especial.

Assim, na semana seguinte, a catequista conversou com ele no início do encontro, disse-lhe o quanto era importante fazer as coisas de Deus com carinho e dedicação. Enquanto isso, o outro catequista da turma se aproximou mais da criança, ficou mais próximo dela, criando um vínculo de amor.

O resultado não tardou. No outro encontro, apesar de ainda vir em folha solta e suja, o dever havia sido realizado. Para os catequistas, porém, era preciso mais. Eles queriam e acreditavam que aquele catequizando tinha um enorme potencial.

Então, no fim da tarde, chamaram o rapaz para uma nova conversa. Explicaram, mais uma vez, que devemos dar o nosso melhor para Deus. Naquele dia, o pai do catequizando se aproximou e perguntou o que havia acontecido. Os catequistas minimizaram a situação, mas disseram que gostariam de ver aquele pequeno caprichando nas coisas do Senhor.

Sabe o que ocorreu?

Os pais resolveram se envolver. Compraram um caderno e, juntos com o catequizando, passaram a fazer os deveres semanais.

O resultado?

Não teve para mais ninguém! Daquele dia em diante, todos os prêmios de “melhor caderno” foram para aquele que, no começo, não valorizava as tarefas!! E o resultado foi além, pois o pequeno passou a se interessar mais pelos encontros, participava com grande ânimo e sua compreensão da Palavra foi se tornando maior a cada dia.

E fim? Nada disso, tem mais!

A mãe desse rebento se entusiasmou tanto que se tornou catequista e hoje ajuda a semear o amor de Deus, assim como um dia este Amor foi semeado no coração do filho dela.

Agora sim, fim. Ou seria melhor dizer: recomeço”.

A anedota, na verdade um testemunho, demonstra como exigir compromisso é algo positivo. Não devemos temer cobrar dos nossos catequizandos seriedade e responsabilidade. Afinal, eles são capazes de entender e de sentir a importância do envolvimento com a obra de Deus.

Por isso, sou a favor da utilização do dever de casa. Uso-o como quem usa fermento na massa. Deixo que, ao pensar um pouquinho sobre a catequese durante a semana, a Palavra ecoe cada vez mais profundamente no coração das crianças e dos jovens.

É claro que tarefa de catequese não pode ser questionário. Precisa ser lúdica, leve e bem simples. Crianças, por exemplo, curtem muito palavras-cruzadas, brincadeiras de forca, caça-palavras, desenhos para colorir, pegadinhas, ligue os pontos etc. Aos mais velhos procuro provocar com pesquisas na internet, apresentação de cartazes, confecção de jornais internos ou apresentações teatrais e musicais.

Para encerrar, eis meu desafio: que tal tentar por quatro encontros seguidos utilizar os deveres de casa? A ideia é que você entregue na semana anterior uma tarefa que aguce a curiosidade para o tema que tratará no próximo encontro. Basta uma folhinha, nada cansativo, demorado. Tenho fé de que os catequizandos se mostrarão cada vez mais interessados e os assuntos poderão ser tratados de maneira aprofundada.

Semear não é nada fácil. Requer que utilizemos o máximo de técnicas possíveis. Experimente! No próximo post trarei uma série de modelinhos e ideias, para todas as idades e para diferentes assuntos. Espero que gostem.

Um grande abraço, Lucyanna

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